75 anos da Revolução Constitucionalista

Hoje é feriado no estado de São Paulo. Muitas pessoas nem questionam o motivo, apenas ficam alegres de terem expandido o final de semana em mais um dia, já que o dia 9 de julho de 2007 caiu em uma segunda-feira.

Mas vale fazer uma lembrança sobre o que ocorreu há 75 anos e de tão importante mereceu ganhar um dia em sua homenagem.

História
No dia 9 de julho, é comemorado o dia do Movimento Constitucionalista de 1932. O movimento foi à luta que o estado de São Paulo encabeçou contra o governo federal, de Getúlio Vargas, reivindicando uma nova Constituição, mostrando-se contrário aos rumos que a Revolução de 30 tinha tomado.

Ao contrário do que muitos pensam, a luta não tinha a intenção de separar São Paulo do resto do Brasil, foi antes de tudo um movimento em defesa da democracia.

O cenário político nacional foi entrando em ebulição com greves de operários, partidos políticos inimigos se unindo contra o poder federal.

A morte de quatro jovens, Mário Martins de Almeida, Euclides Bueno Miragaia, Dráusio Marcondes de Souza e Antônio Américo de Camargo Andrade – que viriam a ser conhecidos como MMDC –, ocorrida em 23 de maio, em um confronto só acirrou mais a tensão.

Junho de 1932 foi passando e as negociações não encontraram acordo. No inicio de julho a política brasileira estava ainda mais difícil em decorrência das trocas de postos nos altos escalões do governo.

A luta começa no dia 9 de julho e o exército paulista, formado em sua maioria por voluntários de todas as origens, agregando uma força de 40 mil homens, enfrenta 300 mil soldados enviados por Getúlio Vargas.

A forte resistência do lado dos constitucionalistas surpreende a todos, fazendo o conflito se estender até outubro de 32. No final da revolução, mais de 700 mortos e 15 mil feridos ou mutilados.

São Paulo é derrotado na guerra, mas o saldo político da luta foi compensado com a confirmação das eleições de 1933 e a promulgação da Constituição de 1934.


Comemoração
A parada em comemoração ao Movimento Constitucionalista de 1932 aconteceu em frente ao parque do Ibirapuera, na praça Ibrahim Nobre. Foi uma cerimônia pomposa, com muitas autoridades, discursório, cerimonial, imprensa, tudo como manda o figurino.

A celebração contou com desfile das corporações policiais, do exército, da marinha, da aeronáutica, com a participação dos veteranos de 1932. Grupos de lobinhos e escoteiros, além de donos de carros antigos e bandas e fanfarras.

Restos mortais de sete ex-combatentes do batalhão constitucionalista foram carregados por soldados e postos no Obelisco que homenageia a data.

Entre as autoridades presentes destacavam-se o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o governador do estado, José Serra (que chegou atrasado) e o senador Romeu Tuma.

Os populares que acompanhavam com entusiasmo a festa dividiam suas sensações. Dava para perceber que as impressões captadas eram um misto de admiração pela ordem e disciplina do clima militar e curiosidade para com o motivo da comemoração.


Manifestação
Mas não foi só a alegria que reinou nas comemorações da Revolução de 32. Em meio ao evento, surgiram manifestantes, policiais na ativa e aposentados, reivindicando uma série de medidas, entre elas aumento salarial.

Encabeçados pelo deputado estadual pelo PV Major Olímpio, os manifestantes bradavam entre outras coisas: “José Serra não tem respeito à polícia de São Paulo!”

Felizmente (ou não) a manifestação não chegou a atrapalhar o desenrolar da celebração.

Deputado Estadual Major Olímpio (à esquerda) e faixa dos manifestantes.

Público
Muito interessante o público que estava presente na parada. Gente de todas as idades, muitas famílias, pais, filhos, avós, jovens.

Tanques e carros militares em exibição