Desesperador

Atrizes do seriado Desperate Housewives e o
elenco da versão brasileira: uma cópia forçada.

Sou só eu ou mais alguém tem medo da versão brasileira da série norte-americana Desperate Housewives?

A brazuca Donas-de-Casas Desesperadas, co-produção entre a Disney (dona da franquia) e a Rede Tv, estreou esse mês e é a primeira incursão de peso da emissora na teledramaturgia.

Entre royalties e cachês bastantes altos (Sonia Braga recebeu R$ 1 milhão para fazer essa temporada), a aposta foi total. E até deu certo resultado na estréia, fazendo a Rede TV ficar alguns minutos em terceiro lugar na audiência.

A qualidade técnica e sonora da produção é de um esmero muito avançado para os padrões nacionais, mas isso não é mérito dos produtores da emissora paulistana, sim da produção da Disney que montou toda a estrutura na Argentina e utiliza os mesmos estúdios pra rodar diversas adaptações latino-americanas da série.

Contudo, até a qualidade técnica "perfeita" faz a telessérie destoar. Donas-de-Casas Desesperadas é uma cópia e isso é levado às últimas medidas. Os diálogos foram pessimamente adaptados e as situações não condizem com a realidade brasileira de modo algum.

O elenco, que contam com nomes de prestígio como Lucélia Santos e Sonia Braga, além de Tereza Seiblitz (a eterna cigana Darah, da novela Explode Coração da Rede Globo) e Isadora Ribeiro, e atrizes menos conhecidas como Viétia Zangrandi e Franciely Freduzeski, não atua, mas reproduz dos movimentos ao timbre de voz, da postura as gagues das atrizes americanas, o que deixa tudo muito forçado e tosquinho.

Pra completar, muitos dos personagens secundários são interpretados por atores argentinos, que foram dublados (mal dublados, diria) na edição final, mais caricato e amador impossível né?

É desesperador ver como puderam transformar uma série divertidíssima em um entretenimento abaixo do medíocre e totalmente sem sal.