16.8.07

Gramado: 3º (parte 2)

O filme exibido na sessão das 21h, do terceiro dia do Festival de Cinema de Gramado (14/08), foi Deserto Feliz. A seguir, a crítica da obra.

Deserto Feliz
(Brasil, 2007, 88 min, Drama)

Aparentemente o filme Deserto Feliz é um festival de clichês, a começar pela sua sinopse: Jéssica (Nash Laila), menina nordestina, com cerca de quinze anos, decide fugir de casa e dos desagradáveis encontros sexuais a que é submetida pelo seu padrasto e encontra na prostituição seu meio de vida. Então, apaixonada-se por um cliente alemão (Peter Ketnath) e decide tentar a vida na Europa.

Mais clichê, impossível. Seria talvez uma Bebel (Camila Pitanga, na novela Paraíso Tropical), do sertão? Ou uma Julia Roberts, em Uma Linda Mulher, mais jovem e ainda mais sem perspectivas?

Os julgamentos apressados podem condenar o filme de Paulo Caldas, diretor e membro da equipe de roteiristas do longa (que também contou com toda uma turma de Pernambuco, composta pelo cineasta Marcelo Gomes, Manoela Dias e pelo jornalista Xico Sá), mas essa primeira visão cai por terra quando se assisti ao filme.

Em Deserto Feliz, tem-se uma ode ao silêncio, em que o peso das palavras é tão grande que ela é relegada ao mais puro e essencial do diálogo.

Longos planos de imagens caras à menina – que vira mulher forçosamente – dão a estética continuada e quase imóvel do filme.

No fim, a história conta mais do que o simples relato de uma prostituta que se deu bem e saiu da vida. Na verdade, Deserto Feliz trata daquilo que não conseguimos afastar de nós: as lembranças das agruras e dos momentos felizes. E acima de tudo, mostra que quanto mais longe estamos de nossas raízes, mais caras elas são para nós.

1 comentários:

hotspot_fortaleza 17/8/07 09:36  

ADOREI O MORAL DA HISTÓRIA ...

"VALORIZAR AS RAÍZES"

BEIJOS

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