19.12.07

Respondendo

No post "Não é novela", em que comento sobre a greve de fome do bispo da Barra, obtive um comentário bastante esmiuçado sobre o assunto do leitor Filipe, como não consigo acessar o blog dele para responder, posto abaixo a minha "defesa".

Felipe,

fico feliz pelo seu comentário no meu blog, mas creio que você não compreendeu o motivo do post.

Em nenhum momento fiz confusão sobre o que é Estado Laico, mas o que me chamou a atenção foi além da atitude do bispo, que sim, pode fazer greve de fome, em busca de um ideal seu. O que mais me indignou foi a posição da CNBB que pediu para que os fiéis católicos se unam na mesma atitude.

A Igreja Católica e outras congregações tem suas leis morais, dogmas, etc., mas é inegável que muitas questões que não lhe competem são influenciadas por seus ensinamentos, vide o uso de camisinha citado por você no comentário. Se esse credo religioso prega que o sexo tem como fim a reprodução e deve ser realizado apenas após o casamento, que assim seja para seus fiéis que se dispõem a seguir essas medidas, mas não podemos negar que por sermos um país de maioria católica e que por muito tempo teve o catolicismo como religião oficial existe uma pressão (nem sempre velada) sobre posturas que fogem das "normas católicas".

Outra coisa, em nenhum momento disse que não devemos discutir o projeto, que eu mesmo não concordo, digo inclusive no final do post que todas as instâncias da sociedade devem ter o direito de protestar. Todavia reintero que não considero justa a posição da CNBB, conclamando fiéis a fazerem o mesmo, usando a fé e respeito que os católicos tem na instituição, em prol de objetivos políticos, que não são unanimidades.

Também discordo da sua sentença: "Se não fosse por esta atitude deste padre, provavelmente a transposição estaria acontecendo sem que ninguém soubesse..."

Acho inverdade, pois inúmeras matérias sobre as licitações e processos da obra de transposição foram, são e continuarão sendo escritas e divulgadas pela Imprensa. A questão é que já não se discute as benesses ou não da dita transposição, mas sim o sacrifício humano do bispo, que dá sua vida por uma causa.

O assunto transposição do Rio São Francisco é realmente complexo, em nenhum momento disse o contrário. Exige análise de vários fatores prós e contras, porém a greve do bispo não manifestou mais do que a simpatia dos fiéis e lotação da agenda do sacerdote e de suas missas.

A verdadeira questão se a transposição vai ajudar a minimizar a seca ou não, dos flagelados nordestinos, passou longe da Igreja da Barra.

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