São Paulo é de Aquário

O Signo da Cidade

(Brasil, 2007, 95 min,Drama)

A cidade de São Paulo é do signo de aquário. Fundada em 25 de janeiro de 1554, essa antiga vila está disposta a reformar e inovar tudo e todos.

Talvez por isso agregue pessoas tão díspares, com histórias de vida e anseios tão pessoais. Um pouso, se não seguro, alentador às esperanças comezinhas.

O filme "O Signo da Cidade", dirigido por Carlos Alberto Riccelli, roteirizado e protagonizado por Bruna Lombardi, retrata essa São Paulo: cosmopolita, vasta, assombrosa e desigual.

Bruna é Teresa, mais conhecida como Teca, uma astróloga que analisa em um programa de rádio os planos astrais das pessoas, indicando-lhes um caminho ou distribuindo uma palavra de conforto.

Teca é a catalizadora de várias histórias paralelas que permeiam o longa. Ela mesma sofre de amor pelo seu ex-marido e tem um conflito de origem, o pai que a abandonou ainda criança (Juca de Oliveira ébrio e visceral) está internado em estado grave num hospital.

Do travesti (excelentemente vivido por Sidney Santigo) à mãe deprimida; da viciada (Denise Fraga despida do qualquer traço de humor) ao suicida; do velho enfermo à produtora de rádio (Graziella Moretto divertidíssima), todos os personagens são dependentes, uma oposição direta à metrópole: senhora de si, e de todos.

"O Signo da Cidade" foi muito comparado a um "Crash" tupiniquim. Talvez a referência não seja leviana. Da mesma maneira como o norte-americano, o filme de Riccelli tenta dar conta de uma avalanche de acontecimentos que mudam a vida de indivíduos desconhecidos.

Os "encontrões" de Los Angeles também são "encontrões" na capital paulista. Contudo, aqui se peca pelo excesso. O roteiro é inteligente, muito engraçado quando necessário e póetico nas sutilezas, mas tenta abarcar um sem número de histórias e se perde em alguns desfechos.