Documenta, Brasil!

Nos últimos tempos (desde abril não atualizo aqui, né? SORRY), vi três ótimos documentários brasileiros. Alguns deles seguem em cartaz em São Paulo ou em alguma parte do Brasil e logo chegarão em DVD.

“Elevado 3.5”, de João Sodré, Maíra Bühler e Paulo Pastorello
Marco urbano e social de São Paulo, o Elevado Costa e Silva, mais conhecido como Minhocão, é o mote do documentário “Elevado 3.5”. A produção aborda como a construção dessa via expressa suspensa entre os prédios da rua Amaral Gurgel mudou a região e, sobretudo, apresenta personagens invisíveis que tiveram suas vidas afetadas pelo Minhocão.


“Dzi Croquettes”, 2009, de Tatiana Issa e Raphael Alvarez
Vencedor de prêmios no Festival do Rio, na Mostra Internacional de São Paulo e tantos outros, “Dzi Croquettes” reconstrói a trajetória do grupo formado por atores e bailarinos, que nos anos 1970 desafio tabus socias e sexuais. Vestindo-se de mulheres e com performances provocantes, os artistas causaram burburinho na ditatura e na classe artística, ganhando notoriedade até na Europa. O longa parte de uma perspectiva pessoal, a diretora Tatiana Issa era filha do cenógrafo dos artistas, Américo Issa, para traçar a importância e ousadia dos “croquettes” na cultura brasileira.


“Uma Noite em 67”, de Renato Terra e Ricardo Calil
Em 1967, não eram as telenovelas que galvanizavam o ibope da televisão no Brasil, mas sim os programas musicais, que lançavam intérpretes, modas e compositores. A final do Terceiro Festival da Música da TV Record é o evento narrado em nota de emoção e acerto de contas em “Uma Noite em 67”. Roberto Carlos, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Chico Buarque, entre outros relembram os fatos daquela noite que premiou “Ponteio”, de Edu Lobo. No páreo, estavam ainda as emblemáticas “Domingo no Parque” e “Alegria, Alegria”. Vale ver para rir e se emocionar com os relatos, de Chico esquecendo a letra de “Roda Viva” até o Rei Roberto afirmando que não tinha poder de escolha do repertório.