Uganda!

Assisti hoje ao filme "O Último Rei da Escócia", a seguir "minha crítica"....

O Último Rei da Escócia

(The Last King of Scotland, Inglaterra, 2006, 125 min, Drama)

Líder, pai do povo, pai de Uganda, carismático, impulsivo, temperamental, controlador, louco. Esses são alguns dos adjetivos que podemos atribuir ao ditador Idi Amin, que nos anos 70 governou Uganda, país do continente africano.

Se todos aqueles adjetivos são ínfimos para descrever o ditador, são igualmente incapazes de rotular a interpetração primorosa de Forest Whitaker, na pele do tirano. Whitaker nós faz amar e rir com o personagem, mas nos aterroriza em questão de minutos quando toma medidas e decisões cruéis e abomináveis.

Em O Último Rei da Escócia, um jovem médico escocês recém-formado, Nicholas Garrigan (James McAvoy), decide partir para longe da sombra de seu pai - também médico - e de uma vida monótona. O destino e a (falta de) sorte o levam para Uganda, que está passando pela transição de poder, por meio de um golpe militar, em que o general Idi Amin assume o poder.

Também pelo acaso, Nicholas e Amin se conhecem e o médico passa de uma hora para a outra a ser o conselheiro "mais íntimo" do ditador, posição em que começa se sentindo orgulhoso, mas logo percebe o peso que o cargo tem quando conhece a personalidade nem tão dócil de Idi Amin.

Uma África de cores quentes, com os conflitos político/militares borbulhando. Direção precisa do documentarista premiado Kevin Macdonald em sua estréia na ficção. Excelência nas atuações principalmente de James McAvoy, na pele do médico Nicholas que não teme dizer o que pensa, e de Forest Whitaker, que é favorito (e já ganhou na minha modesta opinião) ao Oscar 2007 de melhor ator, por sua irretocável interpretação do ditador Amin.

É daquele tipo de filme que deixa você perplexo ao constatar até que ponto nós homens somos capazes de cometer atos terríveis. Verdadeiro, direto e por isso arrebatador. Vale a pena conferir.