SPFW: 3º dia - PARTE 2

Alexandre Herchcovitch (Masculino)

O homem de Alexandre Herchcovitch é um esquimó praticante de snowboard, acostumado a temperaturas que vão de -50º C no inverno até -20º C no verão.

Roupas com bastante estampa, predominando as cores branco e azul, mas aparecendo também o vermelho, terra, preto e cinza. A silhueta é reta, seca, mas não tão justa no corpo. Destaque para as bermudas preta e dourada e calças de vinil.

Casacões com capuz (de pele) ou não, tênis hiper fashions (dourado, estampado). Muito xadrez e a marca registrada de Herchcovitch: a caveira.

Um homem fashion em qualquer parte do globo, desde da gélida Groelândia até o frio mais tropical do Brasil.



Iódice

Valdemar Iódice, estilista da marca, tirou a inspiração de sua coleção, assim como do cenário que compos o desfile do filme Blow Up, do cineasta italiano Michelangelo Antonioni.

O que se viu na passarela foi um desfile de peças variadas: leggings de lycra, saias curtinhas, shortinhos com um volume leve. Silhueta na forma de trapézio, mais ampla. Golas volumosas e mantos pesados.

Várias versões do "pretinho básico", mas também vestidos mais românticos com bordados nas laterais, ou maxi coletes. Calças jeans de cintura alta. Muitos acessórios e boina acompanham a coleção, que também apresentou peças com estampa de leopardo.

Desfilando para a Iódice, a modelo Izabel Goulart, top exclusiva da Victoria Secret's, que também estrelará a campanha de jeans da Iódice.

Ronaldo Fraga

Em palestra na oficina ZigueZague, realizada no MAM na última quinta-feira, 25/01, a professora universitária Denise Bernuzzi Santa'anna comentou que os desfiles de Ronaldo Fraga são como enredos - segundo ela explica: "enredo não é história, mas condição de possibilidades".

A palestra em questão comentava o soberbo e indescritível desfile de Fraga de 2002: "Corpo Cru". Na sexta-feira, 26/01, Ronaldo Fraga desenvolveu novamente outro enredo, encerrando o 3º dia do SPFW.

A inspiração dessa coleção foi a China contemporânea, o dragão asiático que surpreende e enriquece a olhos vistos, com seu 1,3 bilhão de habitantes.

Dando clima para o desfile, a cenografia estava incrível: a passarela nada mais era que duas mesas de um refeitório de uma fábrica chinesa, intermináveis, os funcionários dessa fábrica também estavam lá, uniformizados de macacão azul e comendo delivery de comida chinesa, enquanto modelos desfilavam encima da "mesa-passarela".

Variações de quimonos, toque militar, calças amplas, saias de prega, estamparia que lembra a superpopulação chinesa. As cores vão do vermelho, preto e bege, ao branco, que segundo o próprio estilista é a cor da morte.

Mais uma vez Ronaldo Fraga não entrega simplesmente uma coleção, e sim uma obra de arte, poética e polêmica. Detalhe: nas costas dos "operários-figurantes" estavam estampados logos das mais diversas marcas pirateadas na face da Terra, mais contenstador impossível!