SPFW - 5º Dia

Wilson Ranieri

Saindo do Hot Spot diretamente para o line-up do evento de moda mais importante da América Latina, Wilson Ranieri abriu, ontem (domingo - 28/01), o 5º dia de desfiles do SPFW.

A estréia foi aplaudidíssima pela crítica especializada e por fashionistas. A mulher é de uma feminilidade que salta aos olhos, com silhueta bem marcada na cintura, quadril e busto. Vestidos de comprimento médio que imprimem ainda mais o ar de elegância.

Cores lisas (bege, cinza) e estampas bicolores (vermelho e preto e bege e preto) dão vida aos looks, que também apresentam drapeados e pences decorrentes do uso da técnica de moulage. As calças aparecem ora com um shape mais masculinizado, ora mais delicada com plisssados. Finalizando o desfile, curtos com leve volume na cintura.

Caio Gobbi

Em seu retorno às passarelas do SPFW, o estilista Caio Gobbi optou por valorizar os looks masculinos.

Foram três grandes inspirações para o estilista nessa temporada: o pântano (que aparece nas botas cano alto, para homens e mulheres, além dos comprimentos), a trilha (presença nas mochilas com detalhes bordados que compunham vários looks) e o paraquedismo (com as peças mais largas).

A mulher que entra pontuando o desfile (mostrando a cor, ou estilo que se veria a seguir) usa vestidos curtos com cintura baixa e jaquetas jeans. Ela tem um ar mais étnico caracterizado pela faixa larga sobre a testa e os óculos grandes. A trilha hebraica ajuda na ambientação.

Nos homens em geral silhueta skinny, no jeans e nos macacões e tênis metalizados. As cores da coleção passam pelo branco, dourado, preto, cinza, vermelho, verde. Destaque para o mantô masculino (foto ao lado).

Mario Queiroz

Especialista em moda masculina, Mario Queiroz trouxe para as passarelas do SPFW uma relação homem-animal, algo selvagem.

Volume só na parte superior do vestuário. Nos casacões e túnicas. A aposta é no skinny, das calças super justas. Destaque para a alfaiataria que apresenta looks com corte seco, reto, em diversos tons de cinza.

Uso de tecidos sintéticos que simulam peles de animais, capricho nas texturas e nos acessórios "primitivos" (pingentes de dentes em metal, patches de pele falsa), estamparia de animais (elefantes, macacos e leões). Além do onipresente cinza, são usadas as cores verde escuro e marrom.

Samuel Cirnansck

A inspiração de Samuel Cirnansck nessa coleção outono/inverno 2007 veio do final do século XVIII, início do século XIX e dessa forma ele quis criar sua "fábrica de sonhos".

Na contramão das tendências, o estilista continuou valorizando os longos. Sendo os melhores momentos de seu desfile os vestidos curtos, com manufatura rica em detalhes, rendas, plumas de avesturz.

Os vestidos têm variações nos decotes (as vezes mais fechado), as mangas milimetricamente assimétricas completam os looks. Cores clássicas dominaram a coleção (preto, branco, marrom e cinza).

Cavalera

Fechando o domingo de desfiles do SPFW, a Cavalera trouxe para a passarela o "Santo Samba", uma homenagem pop ao samba de raiz.

Dessa vez juntando a coleção masculina e a feminina numa única apresentação, a marca eternizou na estampa de sua coleção figuras tarimbadas do samba brasileiro como: Adoniran Barbosa, Cartola e Jair Rodrigues.

Muito xadrez e malandragem nas roupas masculinas, onde aparecem coletes, bermuda, moletom com alfaiataria, calça jeans skinny.

Nas meninas, a renda continua sendo muito explorada pela Cavalera, criando camadas de leveza em saias volumosas e curtinhas. Além dos vestidos com cara de anos 20. Também tem tricô, paetês gigantes.

Há ainda uma brincadeira em estampas de losango que lembram o carnaval com seus pierrôs. Coleção descontraída, animada e muito luxuosa, com uma cartela de cores rica e estampas bárbaras nas camisetas.

No final, sambistas desfilam pela passarela (não do sambódromo) ao som de "Não deixe o samba morrer...".